That Petrol Emotion

That Petrol Emotion
'Manic Pop Thrill'
1986
Se eu lançar para cima da mesa os nomes Johan Cruyff ou  Zico/Falcão/Sócrates, serão quase de certeza recebidos com sorrisos de reconhecimento e de seguida expressões como, 'Ah, o futebol total da laranja mecânica', 'Carago, foi a ultima seleção brasileira de excepção'. Mas se eu disser Ruud Krol ou Leandro vou ter caras, 'este gajo está a falar do quê?!', a menos, claro está, que esteja a beber uma cerveja com o António Tadeia. São nomes que não dizem nada à maioria das pessoas, apesar de terem sido dois jogadores fabulosos e terem feito parte das duas seleções míticas. O mesmo se passa na música. Se eu disser Johnny Marr, 'é o guitarrista dos Smiths, compunha as canções e tinha que aturar as merdas do Morrissey', ou Ian Curtis, 'o gajo que escrevia umas canções tristes, sublimes, e dançava de maneira esquisita', o reconhecimento é imediato, mas se eu disser John O'Neill, também assina Sean O'Neill, vou ouvir as moscas a voar na sala, e no entanto ele e o irmão Damien são responsáveis por uma quantidade quase obscena de excelentes canções pop, quer nos The Undertones como nos That Petrol Emotion. E se os The Undertones tiveram algum reconhecimento, pouco, e actualmente muito esquecidos, para tamanha matéria prima, com canções e  álbuns a chegar as listas dos mais vendidos, como a 'Teenage Kicks' ou a esplêndida 'The Love Parade' do menos bem recebido, e último, 'The Sin Of Pride', os That Petrol Emotion foram olimpicamente ignorados. O formidável 'Manic Pop Thrill', um dos melhores discos dos anos oitente, com canções como 'Can't Stop''A Million Miles Away' ou a 'Mouth Crazy', merecia  muito, muito mais mas teve a mesma fortuna da Holanda e do Brasil nos mundiais de 74 e 82. O jogo foi sublime, e as memórias as melhores, mas a vitória foi para outras mãos.

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