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A mostrar mensagens de maio, 2018

Kraftwerk

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Kraftwerk 'Trans Europe Express'  1977 'The Man Machine'         1978 No início os rapazes de Düsseldorf causaram estranheza em muito ouvido. Houve quem dissesse que o seu som seria 'the final solution' da música e em 1975, aquando dos seus primeiros concertos em solo britânico, o crítico do Melody Maker escrevia que era uma música sem gosto, sem emoção, toda igual, sem uma ponta de novidade artística. Acabava o texto a reforçar a sua indignação, 'For God's sake, keep the robots out of music'. Pois, como todos sabemos não só os robots não abandonaram a música como se tornaram, principalmente com estes dois álbuns, uma das maiores influências musicais de sempre. Eles são uns dos maiores culpados, aqui culpados é num sentido positivo, das várias direções que a música popular seguiu nos últimos quarenta anos. Do hip hop (uma das pedras basilares, a 'Planet Rock' , vai buscar a  melodia e o  ritmo ),  à música electrónica, de dança mas não só

Stevie Wonder/Michael Jackson

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Stevie Wonder 'Music Of My Mind' 1972 Michael Jackson 'Off The Wall' 1979 "Growing up is losing some illusions, in order to acquire others.” Crescer não é fácil mas às vezes compensa. Eu sei, são muitas interrogações, muitos medos a vencer e ainda por cima tem as dores de crescimento que só uma massagem e muito mimo dos pais resolvem. Para meninos prodígio, como o foram o Stevie Wonder e o Michael Jackson, também deve ter sido complicado, e se o Stevie Wonder conseguiu, aparentemente, lidar bem com essa sobre exposição ainda muito tenro o Michael Jackson foi o que se viu. Cresceram os dois na Motown, como Little Stevie e como carinha laroca talentosa nos Jackson 5, até que com o aproximar da idade adulta eles decidiram começar a pensar pela própria cabeça. O Stevie Wonder ficou na Motown e os primeiros sinais de mudança começaram a aparecer no início da década de setenta e mais marcadamente  no álbum de 1971,  'Where I'm Coming From', onde já aparec

The Go-Betweens

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The Go-Betweens 'Liberty Belle and the Black Diamond Express' 1986 A composição dentro de uma banda divide-se em três grandes grupos: o 'eu faço isto sozinho', o 'eu desenrasco aqui umas letras e tu tratas dos riffs, e o 'fazemos isto a meias'. Os Go-Betweens fazem parte deste último, com a composição a ser dividida entre o sorumbático Robert Forster e o romântico Grant McLennan. Quando gravaram o quarto álbum, este 'Liberty Belle...', já viviam em Londres, esta malta é australiana, e se as letras continuaram a ser interessantes e adultas, em contraste com a maioria das bandas à sua volta com as suas líricas juvenis angustiadas, o som ficou mais simples e pop. Os álbuns anteriores são bons, e os posteriores idem, com os Go-Betweens a chegar perto do sucesso comercial que sempre lhes fugiu, e não faltam canções excelentes, como a  'Cattle and Cane'  ou a  'Your Turn My Turn' , mas é aqui que os aussies atingem o seu apogeu, e em po

Nick Heyward

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Haircut One Hundred 'Pelican West'  1982 Nick Heyward 'North of a Miracle'  1983 Os anos oitenta deram-nos uma mão cheia, e mais alguns deditos, de bons compositores pop. E se na sua maioria (Paddy McAloon, Roddy Frame, Lloyd Cole, Edwin Collins) continuam a ser olhados com respeito, e levam selo de qualidade, por parte de muitos dos meus amigos melómanos facção indie, ele há um que tem sido olhado injustamente com alguma indiferença e muito preconceito que é o Nick Heyward. Talvez seja pelos Haircut 100 terem levado a faceta dançável, na sua admirável mistura de pop, jazz e funk, um bocadito mais longe do que os seus contemporâneos Orange Juice, banda do já referido Edwin Collins e meninos queridos da facção indie, malta que gosta de dançar assim mais para o quase quieto e a olhar para os sapatos. Ou por terem tido quatro singles, o de estreia  'Favourite Shirts ( Boy Meets Girl)' ou o  'Nobody's Fool' que não fazia parte do alinhamento do alb

The The

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The The 'Uncertain Smile' 1982 'Soul Mining'         1983 Qual é melhor, a versão com a flauta e saxofone ou a do piano? Esta é a questão que tem dividido a humanidade nas últimas décadas. Bem, se calhar estou a exagerar um pouco mas é uma questão que tem provocado algumas discussões acesas entre, digamos assim em números redondos, uma boa dúzia de geeks musicais. O Matt Johnson já tinha editado a 'Uncertain Smile' em 1981, mas tinha outro nome,  'Cold Spell Ahead' , e a roupagem era pós punk clássico, não muito brilhante. Foi só quando a regravou em Nova Iorque, no meio de drogas e fascínio pela cidade, que o carvão se transformou em diamante. Estendendo-se por uns inspirados dez minutos a  canção  ganhou contornos mais club friendly e os ritmos repetitivos das drum machines eram humanizados pela flauta e pelo saxofone. Quando regressou a Londres e começou a trabalhar no álbum, o 'Soul Mining', voltou a regravar a canção e foi aí que apareceu