Curtis Mayfield
Curtis Mayfield
'Curtis' 1970
'Super Fly' 1972
A nossa mente quando lhe fazem perguntas assim de chofre tende a ser preguiçosa e responde o mais óbvio, o mais conhecido. Por exemplo, à pergunta quais os realizadores de cinema mais importantes do século XX a resposta costuma ser o Hitchcock, Fellini e coisas assim. Só quando respiramos fundo e pensamos melhor é que surgem o Howard Hawks ou o Ernst Lubitsch. À pergunta quais os nomes mais importantes da música soul as respostas imediatas costumam ir para o Marvin Gaye ou o Stevie Wonder mas se pensarmos bem mais importantes ainda terão sido o Sly Stone e o Curtis Mayfield. Já nos anos 60, a década de ouro da música soul, o Curtis Mayfield, com os The Impressions, começou a lançar as sementes, controlo artístico e letras com preocupações sociais e políticas, para aquilo que seria a idade adulta da música soul nos anos 70, década marcada por obras primas como 'What's Going On' ou 'Innervisions'. Década que seria aberta com o magnífico 'Curtis', um dos melhores álbuns de soul (o melhor?) de sempre, o seu disco de estreia a solo, em que desce ao inferno e sobe ao céu e pelo meio define os parâmetros pelos quais se regeria a soul nos anos seguintes. Em '72 grava outra obra-prima, a banda sonora do 'Super Fly', música para o filme blaxpoitation, género muito em voga nesses anos e que tinha conhecido outro ponto alto no ano anterior com o 'Shaft' do Isaac Hayes. Disco que provocou alguns conflitos interiores no Curtis Mayfield, pensando mesmo em recusar o trabalho e impedindo depois a edição da 'Pusherman' como single, com medo que o mesmo promovesse o consumo de drogas. Com este relato cru, sem julgamentos morais, da vida fodida nas ruas das cidades, atinge seu zênite criativo e comercial, com as suas imagens de marca, o falseto, a guitarra wah e as percussões, a atingirem a quase perfeição. São no entanto de explorar outros discos do Curtis Mayfield, como o excelente 'Roots' de 1971, ou o 'Something To Believe In' de 1980, onde está uma das minhas favoritas, a'Tripping Out'.
'Curtis' 1970
'Super Fly' 1972
A nossa mente quando lhe fazem perguntas assim de chofre tende a ser preguiçosa e responde o mais óbvio, o mais conhecido. Por exemplo, à pergunta quais os realizadores de cinema mais importantes do século XX a resposta costuma ser o Hitchcock, Fellini e coisas assim. Só quando respiramos fundo e pensamos melhor é que surgem o Howard Hawks ou o Ernst Lubitsch. À pergunta quais os nomes mais importantes da música soul as respostas imediatas costumam ir para o Marvin Gaye ou o Stevie Wonder mas se pensarmos bem mais importantes ainda terão sido o Sly Stone e o Curtis Mayfield. Já nos anos 60, a década de ouro da música soul, o Curtis Mayfield, com os The Impressions, começou a lançar as sementes, controlo artístico e letras com preocupações sociais e políticas, para aquilo que seria a idade adulta da música soul nos anos 70, década marcada por obras primas como 'What's Going On' ou 'Innervisions'. Década que seria aberta com o magnífico 'Curtis', um dos melhores álbuns de soul (o melhor?) de sempre, o seu disco de estreia a solo, em que desce ao inferno e sobe ao céu e pelo meio define os parâmetros pelos quais se regeria a soul nos anos seguintes. Em '72 grava outra obra-prima, a banda sonora do 'Super Fly', música para o filme blaxpoitation, género muito em voga nesses anos e que tinha conhecido outro ponto alto no ano anterior com o 'Shaft' do Isaac Hayes. Disco que provocou alguns conflitos interiores no Curtis Mayfield, pensando mesmo em recusar o trabalho e impedindo depois a edição da 'Pusherman' como single, com medo que o mesmo promovesse o consumo de drogas. Com este relato cru, sem julgamentos morais, da vida fodida nas ruas das cidades, atinge seu zênite criativo e comercial, com as suas imagens de marca, o falseto, a guitarra wah e as percussões, a atingirem a quase perfeição. São no entanto de explorar outros discos do Curtis Mayfield, como o excelente 'Roots' de 1971, ou o 'Something To Believe In' de 1980, onde está uma das minhas favoritas, a'Tripping Out'.
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