The Cure
The Cure
'The Head On The Door' 1985
'Standing On A Beach - The Singles' 1986
'Disintegration' 1989
As coisas até não começaram mal. Quando gravaram o primeiro álbum, 'Three Imaginary Boys' em 1979, ainda uns miúdos imberbes de borbulhas na cara, tinham pouca técnica no domínio dos instrumentos mas agarraram-se às canções e à pop e o resultado foi satisfatório. O pior foi quando decidiram ser uns moços angustiados e góticos e os álbuns passaram a ser mais uns estados de alma sonoros pintalgados com algumas canções pelo meio. Mas quando acertavam nas canções faziam-no em grande estilo, como, por exemplo, a 'A Forest' do 'Seventeen Seconds' de 1980. E foram acertando nos vários singles, não incluídos nos álbuns, que foram lançando nesses anos mais negros, e que foram reunidos no excelente 'Standing On A Beach' de 1986. A unica que falta para ser imaculado, na versão em vinil, é a '10:15 Saturday Night'. Um ano antes, em 1985, o Robert Smith e os companheiros da altura, entre zangas e amuos houve varios The Cure ao longo dos anos, editaram o seu melhor disco pop, o 'The Head On The Door', culminar das experiências sonoras mais radio friendly iniciadas com o single de 1983, 'The Love Cats', e onde estava uma das suas melhores canções, a pop minimal 'Close To Me'. Mas a melancolia, e o desejo de gravar uma obra prima, nunca abandonou o Robert de Blackpool. E esteve muito perto de o conseguir em 1989 quando gravou o 'Disintegration'. Pela primeira vez os seus dois universos, as paisagens sonoras depressivas e as canções pop, casam na perfeição. Abre com a 'Plainsong', depois a 'Pictures Of You', e as outras canções vão-se sucedendo como se fossem uma única canção dividida em vários actos. Eu sempre olhei para ele como se fosse a banda sonora da estória do rapaz gordito, um bocado esquisito, sempre vestido de negro, que se apaixona pela miúda mais popular, com as suas camisolas coloridas da Benetton, e que sofre em silêncio pela indiferença da sua amada. É um álbum amado por muitos, talvez porque quase todos nós em uma qualquer parte da nossa vida fomos um miúdo gordito infeliz.
'The Head On The Door' 1985
'Standing On A Beach - The Singles' 1986
'Disintegration' 1989
As coisas até não começaram mal. Quando gravaram o primeiro álbum, 'Three Imaginary Boys' em 1979, ainda uns miúdos imberbes de borbulhas na cara, tinham pouca técnica no domínio dos instrumentos mas agarraram-se às canções e à pop e o resultado foi satisfatório. O pior foi quando decidiram ser uns moços angustiados e góticos e os álbuns passaram a ser mais uns estados de alma sonoros pintalgados com algumas canções pelo meio. Mas quando acertavam nas canções faziam-no em grande estilo, como, por exemplo, a 'A Forest' do 'Seventeen Seconds' de 1980. E foram acertando nos vários singles, não incluídos nos álbuns, que foram lançando nesses anos mais negros, e que foram reunidos no excelente 'Standing On A Beach' de 1986. A unica que falta para ser imaculado, na versão em vinil, é a '10:15 Saturday Night'. Um ano antes, em 1985, o Robert Smith e os companheiros da altura, entre zangas e amuos houve varios The Cure ao longo dos anos, editaram o seu melhor disco pop, o 'The Head On The Door', culminar das experiências sonoras mais radio friendly iniciadas com o single de 1983, 'The Love Cats', e onde estava uma das suas melhores canções, a pop minimal 'Close To Me'. Mas a melancolia, e o desejo de gravar uma obra prima, nunca abandonou o Robert de Blackpool. E esteve muito perto de o conseguir em 1989 quando gravou o 'Disintegration'. Pela primeira vez os seus dois universos, as paisagens sonoras depressivas e as canções pop, casam na perfeição. Abre com a 'Plainsong', depois a 'Pictures Of You', e as outras canções vão-se sucedendo como se fossem uma única canção dividida em vários actos. Eu sempre olhei para ele como se fosse a banda sonora da estória do rapaz gordito, um bocado esquisito, sempre vestido de negro, que se apaixona pela miúda mais popular, com as suas camisolas coloridas da Benetton, e que sofre em silêncio pela indiferença da sua amada. É um álbum amado por muitos, talvez porque quase todos nós em uma qualquer parte da nossa vida fomos um miúdo gordito infeliz.
Apesar do tom jocoso que parece querer subestimar o artista, é no entanto uma bela descrição pessoal e criativa, que se junta aos milhões de outras tantas que só uma criatura tão grandiosa como Robert Smith pode suscitar. :)
ResponderEliminarObrigado pelo comentário. O tom do texto não pretende ser jocoso, e se a percepção que fica é essa então é uma falha minha. A pretensão destes pequenos textos não é a troça mas um olhar leve, carinhoso até, sobre as memórias que os discos me trazem. Eu gosto do gordito de Blackpool, nunca troçaria dele. :)
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