The Jesus And Mary Chain
The Jesus And Mary Chain
'Psychocandy'
1985
Duas estórias e um epílogo. Primeira estória - Eu andava doido para pôr a mão no 'Psychocandy'. Tinha adorado logo à primeira assim que os tinha ouvido no inevitável Som da Frente. Por isso quando o consegui, na também inevitável Tubitek, corri para casa para o ouvir. Encontrei o meu vizinho Zé pelo caminho e convidei-o para vir ouvir o fabuloso LP que tinha acabado de comprar. Não reparei e pus o lado B a tocar primeiro. O que significou que em vez de um início de audição mais suave com o 'Just Like Honey', surgiu nas colunas um agudo feedback e depois a distorção abrasiva do 'Never Understand'. Nem tinham passado 10 segundos e ouvi, "Tens que comprar uma agulha nova, Pedro. Essa está toda fodida." Segunda estória - Os Jesus and Mary Chain vieram tocar ao Porto em 1992. Já tinham editado os mais amigos dos ouvintes 'Darklands' e 'Automatic'. Mas a atitude em palco ainda era a dos primeiros tempos. Deram o concerto praticamente de costas para o público, o som afogado numa imensa distorção e feedback e não foi muito longo. Quando acabou, satisfeito e com os ouvidos a latejar, ouço um amigo mais velho, daqueles que foram ver os Genesis em 1975 e tudo o que veio a seguir, dizer muito zangado, "Fuodasse, três pintores p'ra ouvir meia hora de barulho, caralho!". O epílogo - Este disco é uma espécie de elixir de juventude para aqueles que como eu se fizeram gente nos anos oitenta. A energia primordial deste som, é como se os MC5 fossem a banda de apoio das The Ronettes, previne o envelhecimento. Outro dia vi-o no escritório de um amigo meu no Porto. É rapaz da minha idade mas continua a ser um chabalo, como eu.
'Psychocandy'
1985
Duas estórias e um epílogo. Primeira estória - Eu andava doido para pôr a mão no 'Psychocandy'. Tinha adorado logo à primeira assim que os tinha ouvido no inevitável Som da Frente. Por isso quando o consegui, na também inevitável Tubitek, corri para casa para o ouvir. Encontrei o meu vizinho Zé pelo caminho e convidei-o para vir ouvir o fabuloso LP que tinha acabado de comprar. Não reparei e pus o lado B a tocar primeiro. O que significou que em vez de um início de audição mais suave com o 'Just Like Honey', surgiu nas colunas um agudo feedback e depois a distorção abrasiva do 'Never Understand'. Nem tinham passado 10 segundos e ouvi, "Tens que comprar uma agulha nova, Pedro. Essa está toda fodida." Segunda estória - Os Jesus and Mary Chain vieram tocar ao Porto em 1992. Já tinham editado os mais amigos dos ouvintes 'Darklands' e 'Automatic'. Mas a atitude em palco ainda era a dos primeiros tempos. Deram o concerto praticamente de costas para o público, o som afogado numa imensa distorção e feedback e não foi muito longo. Quando acabou, satisfeito e com os ouvidos a latejar, ouço um amigo mais velho, daqueles que foram ver os Genesis em 1975 e tudo o que veio a seguir, dizer muito zangado, "Fuodasse, três pintores p'ra ouvir meia hora de barulho, caralho!". O epílogo - Este disco é uma espécie de elixir de juventude para aqueles que como eu se fizeram gente nos anos oitenta. A energia primordial deste som, é como se os MC5 fossem a banda de apoio das The Ronettes, previne o envelhecimento. Outro dia vi-o no escritório de um amigo meu no Porto. É rapaz da minha idade mas continua a ser um chabalo, como eu.
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